Plena Satisfação em Deus X Evangelho da Prosperidade.

Comecei a ler um livro do John Piper, intitulado "Plena Satisfação em Deus". Piper, de forma simples e bem embasada, tanto por citações bíblicas quanto dos considerados heróis da fé, mostra que Deus é glorificado numa proporção de quanto estamos satisfeitos nele, ou que Deus é mais glorificado enquanto nós mais estamos satisfeitos n'Ele. Esse livro vem bem a calhar porque vai contra os ensinamentos do evangelho da prosperidade, o qual eu sou totalmente contra e nas próprias palavras do John Piper, eu odeio o evangelho da prosperidade. Mas deixemos claro, qual o porquê de tanta revolta Gabriel?

1)Eu tenho visto que as pessoas estão entrando na igreja para serem ajudadas na esfera natural pelo meio espiritual, que nesse caso é Jesus. Então partindo desse princípio o interesse não é Jesus, mas uma vida financeira estável. Estamos, então, glorificando a nossa necessidade de conforto.

2)Pela falta de conhecimento da graça. Desde a salvação até o poder esticar a mão para pegar um copo de água, é graça. Pelo meio dela somos vivificados, salvos, ungidos, restaurados, regenerados e toda forma de ajuda e amor de Deus para conosco é graça. É por ela que entendemos quem somos e quem Deus é, e por isso humilhar-se é algo maravilhoso. Começamos a entender quem Deus é de uma forma cada vez mais profunda. E isso nos faz ficar satisfeitos com o que temos por que vemos que é a graça em tudo na nossa vida. O evangelho da prosperidade estupra o Evangelho puro, por desprezar a graça, e te fazer acreditar que é na nossa força que Deus se move, sejam por princípios obsoletos como o dízimo ou qualquer outra coisa vétero-testamentária que Jesus veio cumprir. Tudo parte Dele para conosco a recíproca não é nem um pouco verdadeira. Referências:

"Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;" 1 Pedro 1:13

"Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;" 2 Pedro 1:3

3) Espiritualizam demais coisas que são naturais.
Creio piamente que o princípio da semeadura atinge todas as áreas da vida em um modo natural. Tanto que Jesus explica a parábola em Mateus 13:37 e não tem muito a ver com dinheiro não, é sobre "coisas ocultas desde a fundação do mundo" pra mim isso é física. Por exemplo: Sou diabético, se eu não me cuidar e não fizer tudo correto, no futuro eu vou perder meus rins, e morrerei de múltipla falência dos orgãos. Esse é ao meu ver, um dos melhores exemplos do princípio da semeadura. Em compensação o evangelho da prosperidade te faz acreditar que o quanto mais você dá, mais você vai receber, saciando seus desejos carnais, porque mesmo um não cristão consegue entender que enriquecer é algo bom para realizar qualquer feito terreno, principalmente na sociedade capitalista. Mas foi fortemente repreendida por Jesus (menino rico melhor exemplo). Se você dá qualquer coisa na igreja, pedindo ou querendo algo, só significa que você é um tremendo insatisfeito com a porção de graça dada. Então eu quero dar o máximo do meu tempo, o máximo de tudo o que é meu (tanto que desejo que minha vida esteja ligada diretamente com a obra de Deus), para honrar a Deus e estar satisfeito como o povo da macedônia, que mal tinham onde cair morto, mas mesmo assim davam acima de suas posses pelo sentimento de estarem abençoados e não por desejarem receber algo.
(...)

Minha revolta é contra as doutrinas estranhas que fazem chover bençãos como previu Lutero. Acredito que o diabo faz-nos acreditar nesse tipo de evangelho errado e que somos abençoados dando algo como o dízimo, para que acreditemos que Deus sujeita-se a nossa vontade ou que é movido pelos seus princípios. Deus é Deus e se ele mudar de opinião, como fez quando causou o dilúvio, quem poderá ficar brabo? Deus não presta contas. Viva com o que Deus lhe deu e fique feliz com isso. E que Deus seja gloficado em Cristo, e que Cristo seja gloficado pela nossa vida como um todo, porque é pra isso que vivemos.